sábado, 21 de abril de 2012

Apresentação

O Presente trabalho aborda a temática da poluição das águas e procura focar sua atenção especial na abordagem dos riscos às águas subterrâneas, encaradas como último recurso ainda disponível ao ser humano para as presentes e futuras gerações.
A partir de uma análise global dos processos de poluição e seus reflexos, procura apresentar os riscos à maior reserva de água pura do mundo, se não for desenvolvido um profundo trabalho que conduza a sua gestão de forma ambientalmente sustentável e socialmente justa. O Aqüífero Guarani representa, para a população da América do Sul de forma particular e, para toda a humanidade de forma geral, uma riqueza extremamente vulnerável que requer atenção especial dos governos, pesquisadores e da sociedade, fundamentalmente no Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, onde encontra-se o Aqüífero Guarani, a maior reserva de água pura transfronteiriça do mundo.

Introdução

A poluição é um fenômeno estreitamente vinculado ao progresso da sociedade pós-industrial. A degradação das condições ambientais tem aumentado de maneira considerável e preocupante nas regiões mais desenvolvidas do mundo, sobretudo a partir de meados do século XX. Poluição é o termo empregado para designar a deterioração das condições físicas, químicas e biológicas de um ecossistema, que afeta negativamente a vida humana e as espécies animais e vegetais. A poluição modifica o meio ambiente, ou seja, o sistema de relações no qual a existência de uma espécie depende do mecanismo de equilíbrio entre processos naturais destruidores e regeneradores. Do meio ambiente depende a sobrevivência biológica.
A atividade clorofiliana produz o oxigênio necessário a animais e vegetais; a ação de animais, plantas e microrganismos garante a pureza das águas nos rios, lagos e mares; os processos biológicos que ocorrem no solo possibilitam as colheitas. A vida no planeta está ligada ao conjunto desses fenômenos, cuja inter-relação é denominada ecossistema. Processo natural recuperável, a poluição resulta da presença de uma quantidade inusitada de matéria ou energia (gases, substâncias químicas ou radioativas, rejeitos etc) em determinado local.
É, por isso, principalmente obra do homem em sua atividade industrial. Mesmo antes da existência do homem, a própria natureza já produzia materiais nocivos ao meio ambiente, como os produtos da erupção de vulcões e das tempestades de poeira. Na verdade, materiais sólidos no ar, como poeira ou partículas de sal, são essenciais como núcleos para a formação de chuvas. Quando, porém, as emanações das cidades aumentam desmedidamente tais núcleos, o excesso pode prejudicar o regime pluvial, porque as gotas que se formam são demasiado pequenas para cair como chuva. Alguns tipos de poluição, sobretudo a precipitação radioativa e a provocada por certas substâncias lançadas ao ar pelas chaminés de fábricas, podem disseminar-se amplamente, mas em geral a poluição só ocorre em limites intoleráveis onde se concentram as atividades humanas.
Desde a antiguidade há sinais de luta contra a poluição, mas esta só se tornou realmente um problema com o advento da revolução industrial. Já no início do século XIX registraram-se queixas, no Reino Unido, contra o ruído ensurdecedor de máquinas e motores. As chaminés das fábricas lançavam no ar quantidades cada vez maiores de cloro, amônia, monóxido de carbono e metano, aumentando a incidência de doenças pulmonares. Os rios foram contaminados com a descarga de grande volume de dejetos, o que provocou epidemias de cólera e febre tifóide. No século XX surgiram novas fontes de poluição, como a radioativa e, sobretudo, a decorrente dos gases lançados por veículos automotores. A poluição e seu controle são em geral tratados em três categorias naturais: poluição da água, poluição do ar e poluição do solo.
Estes três elementos também interagem e em conseqüência têm surgido divisões inadequadas de responsabilidades, com resultados negativos para o controle da poluição. Os depósitos de lixo poluem a terra, mas sua incineração contribui para a poluição do ar. Carregados pela chuva, os poluentes que estão no solo ou em suspensão no ar vão poluir a água e substâncias sedimentadas na água acabam por poluir a terra.

1. Poluição da água

Considera-se que a água está poluída quando não é adequada ao consumo humano, quando os animais aquáticos não podem viver nela, quando as impurezas nela contidas tornam desagradável ou nocivo seu uso recreativo ou quando não pode ser usada em nenhuma aplicação industrial. Os rios, os mares, os lagos e os lençóis subterrâneos de água são o destino final de todo poluente solúvel lançado no ar ou no solo. O esgoto doméstico é o poluente orgânico mais comum da água doce e das águas costeiras, quando em alta concentração.
A matéria orgânica transportada pelos esgotos faz proliferar os microrganismos, entre os quais bactérias e protozoários, que utilizam o oxigênio existente na água para oxidar seu alimento, e em alguns casos o reduzem a zero. Os detergentes sintéticos, nem sempre biodegradáveis, impregnam a água de fosfatos, reduzem ao mínimo a taxa de oxigênio e são objeto de proibição em vários países, entre eles o Brasil. Ao serem carregados pela água da chuva ou pela erosão do solo, os fertilizantes químicos usados na agricultura provocam a proliferação dos microrganismos e a conseqüente redução da taxa de oxigênio nos rios, lagos e oceanos. Os pesticidas empregados na agricultura são produtos sintéticos de origem mineral, extremamente recalcitrantes, que se incorporam à cadeia alimentar, inclusive a humana. Entre eles, um dos mais conhecidos é o inseticida DDT. Mercúrio, cádmio e chumbo lançados à água são elementos tóxicos, de comprovado perigo para a vida animal.
Os casos mais dramáticos de poluição marinha têm sido originados por derramamentos de petróleo, seja em acidentes com petroleiros ou em vazamentos de poços petrolíferos submarinos. Uma vez no mar, a mancha de óleo, às vezes de dezenas de quilômetros, se espalha, levada por ventos e marés, e afasta ou mata a fauna marinha e as aves aquáticas. O maior perigo do despejo de resíduos industriais no mar reside na incorporação de substâncias tóxicas aos peixes, moluscos e crustáceos que servem de alimento ao homem. Exemplo desse tipo de intoxicação foi o ocorrido na cidade de Minamata, Japão, em 1973, devido ao lançamento de mercúrio no mar por uma indústria, fato que causou envenenamento em massa e levou o governo japonês a proibir a venda de peixe.
A poluição marinha tem sido objeto de preocupação dos governos, que tentam, no âmbito da Organização das Nações Unidas, estabelecer controles por meio de organismos jurídicos internacionais. A poluição da água tem causado sérios problemas ecológicos no Brasil, em especial em rios como o Tietê, no estado de São Paulo, e o Paraíba do Sul, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
maior responsabilidade pela devastação da fauna e pela deterioração da água nessas vias fluviais cabe às indústrias químicas instaladas em suas margens.

1.1 Mananciais

Os mananciais são as fontes de água. Podem ser uma nascente, uma bica, um riacho ou toda uma bacia hidrográfica. Pode ser superficiais ou subterrâneos, como por exemplo, o aqüífero guarani. As áreas que envolvem os mananciais são chamadas Áreas de Proteção de Mananciais. Essas áreas são protegidas por lei e não podem ser desmatadas, têm restrições de ocupação e não podem ser poluídas. No entanto, a realidade urbana de muitos países não facilita a implementação e fiscalização dessas leis. O abastecimento de água para a maior parte da população brasileira depende da preservação de mananciais protegidos pelas florestas. Nas regiões tropicais e subtropicais, a preservação de mananciais e rios está diretamente relacionada com a preservação das florestas. É através de processos florestais, envolvendo fauna e flora, que a água da chuva abastece os aqüíferos e o subsolo; a mata ciliar (vegetação à beira de rios, lagoas e nascentes) protege os corpos d´'água do assoreamento (ao evitar os deslizamentos de terra); a fauna, por sua vez, é responsável, entre outras coisas, pela propagação das sementes e pela perpetuação das florestas.
Existe um equilíbrio intricado pelo qual a mãe natureza garante a continuação da vida no planeta, ameaçada pela interferência imprevidente ou predatória do homem.

1.2. Formas de contaminação da água

Somente 3% do total da água do planeta é doce e grande parte dessa reserva já está poluída ou continua ameaçada pela poluição. A água é um poderoso solvente. Ela dissolve algumas porções de quase tudo com o que entra em contato. Na cidade a água é contaminada por esgoto, monóxido de carbono, poluição, produtos derivados de petróleo e bactérias. O cloro utilizado para proteger a água pode contaminá-la ao reagir com as substâncias orgânicas presentes na água, formando os nocivos trialometanos (substância cancerígena) A agricultura contamina a água com fertilizantes, inseticidas, fungicidas, herbicidas e nitratos que são carregados pela chuva ou infiltrados no solo, contaminando os mananciais subterrâneos e os lençóis freáticos. A água subterrânea também é contaminada por todos estes poluentes que se infiltram no solo, atingindo os mananciais que abastecem os poços de água de diversos tipos. A água da chuva é contaminada pela poluição que se encontra no ar, podendo estar contaminada com partículas de arsênico, chumbo, outros poluentes e inclusive ser uma chuva ácida. A indústria contamina a água através do despejo nos rios e lagos de desinfetantes, detergentes, solventes, metais pesados, resíduos radioativos e derivados de petróleo.

Os contaminantes da água podem estar

Dissolvidos - fazendo parte de sua composição química.
Em suspensão - fazendo parte da composição física: sedimentos, partículas, areia, barro, etc.
Biológicos - a água é um excelente meio para o crescimento microbiano. Classificação dos contaminantes da água:
  • Contaminação química
  • Contaminação orgânica
  • Contaminação biológica
  • Sabores estranhos
  • Odores estranhos particulado

1.3. Principais causas de poluição dos rios

Poluições químicas com efeitos nocivos:

Poluentes

Produtos tóxicos minerais (sais minerais de metais pesados, ácidos, álcalis, fenóis, hidrocarbonetos, detergentes, etc.) - responsáveis: todas as indústrias, devido aos dejetos acidentais, e as atividades de garimpo e mineração

Poluições químicas crônicas

Poluentes

Fenóis, hidrocarbonetos, resíduos industriais diversos, produtos fito-sanitários (inseticidas e herbicidas), detergentes sintéticos, adubos sintéticos (nitratos) - responsáveis: indústrias diversas (refinarias, indústrias petrolíferas, de plástico, de borracha, fábricas de gás, de carvão, de madeira, alcatrões, agricultura, usos domésticos e industriais de detergentes)

Poluições biológicas

Poluentes

Detritos orgânicos, fermentáveis - responsáveis: esgotos das coletividades urbanas, indústrias de celulose (serrarias, fábricas de papel), indústrias têxteis e alimentares (destilarias, fábricas de cerveja, conservas, indústrias de laticínios, indústrias de açúcar, matadouros, curtumes)

Poluições físicas

poluição radioativa

Poluentes

Resíduos radioativos das explosões nucleares e das reações nucleares controladas; radiatividade induzida - responsáveis: indústrias nucleares

Poluições mecânicas

Poluentes

Matérias sólidas inertes (lodos, argilas, escórias, etc.) - responsáveis: grandes estaleiros de construção, construção de estradas, indústrias de extração, lavagem de minérios, drenagens

Poluições térmicas

Poluentes

Dejetos de água de refrigeração que elevam a temperatura dos rios - responsáveis: centrais elétricas, térmicas e nucleares, refinarias

1.4. Eutrofização

Quando os resíduos de uma água poluída mais ou menos rica em nitratos e fosfatos se tornam demasiado abundantes em relação à quantidade de água pura disponível, surge o fenômeno da eutrofização. Este fenômeno manifesta-se nos rios lentos e, sobretudo, nos lagos, onde a correnteza é insuficiente para evacuar as águas usadas. Começa a haver um processo de acumulação de detritos no leito, ameaçando ou fazendo desaparecer as espécies da fauna e da flora originais ocasionando o surgimento de uma camada de algas, produtoras de substâncias tóxicas. Com a contínua população de algas na superfície, as águas tornam-se turvas e cada vez mais poluídas. A poluição da água tem causado sérios problemas ecológicos, no Brasil, em rios como o Tietê (SP) e Paraíba do Sul(SP-RJ). A maior responsabilidade pela devastação da fauna e pela deterioração da água nessas vias fluviais cabe às indústrias químicas instaladas em suas margens.
Os resíduos fecais constituem os principais poluentes presentes nos esgotos domésticos. Eles contêm principalmente restos orgânicos e bactérias coliformes. Tais poluentes causam distúrbios intestinais, diarréia e intoxicações. O grande acúmulo de restos orgânicos facilita a proliferação de bactérias aeróbias, que são consumidoras de oxigênio. Com o consumo do oxigênio, desenvolvem-se bactérias anaeróbias, produtos dos gases de putrefação, responsáveis pelo cheiro da água, e tóxicas para os seres vivos. Assim, a vida aquática se extingue. Os fertilizantes usados na lavoura, quando arrastados pela água da chuva, podem poluir rios e lagos. Os nitratos e fosfato, principalmente, favorecem uma proliferação exagerada de algas, que podem cobrir completamente a superfície da água. Esse processo, denominado eutrofização, limita e inibe o desenvolvimento de outros organismos.
Os agrotóxicos usados na lavoura, principalmente os organoclorados e os organofosforados, são muitos tóxicos. Os organismos aquáticos, desde os microscópios até as formas maiores, são afetados pelos inseticidas. Os que não morrem acumulam tais materiais; quando são comidos por outros, os efeitos tóxicos são transferido para organismos maiores. Peixes, aves e mamíferos sofrem os efeitos tóxicos dos inseticidas. No homem, a intoxicação provoca dores de cabeça, diarréias, sudorese, vômitos, dificuldades respiratórias, choque e morte. Os detergentes impedem a decantação e a deposição de sedimentos e, como reduzem a tensão superficial, permitem a formação de espuma na superfície da água. Tal fato impede o desenvolvimento da vida aquática.
Os ácidos, principalmente o sulfúrico e o nítrico, acidificam a água de rios e lagos, comprometendo toda a vida aquática. Eles chegam até os rios e lagos com as chuvas ácidas, em conseqüência da poluição atmosférica por dióxidos de enxofre e óxido de nitrogênio. O petróleo polui a água do mar durante o transportes, pois ocorrem vazamentos e a limpeza dos petroleiros é feita no mar. Ele se espalha sobre a água, formando uma camada que impedi as trocas gasosas e a passagem da luz. Com isso, ocorrem os organismos componentes do plâncton; muitos peixes ficam com as brânquias obstruídas, o que os impedem de respirar; e as aves marinhas, com as penas lambuzando de petróleo, podem a capacidade de voar e de boiar, o que as condena à morte. Os metais pesados, principalmente chumbo, mercúrio e cádmio, quando ingeridos com a água, causam problemas semelhantes ao que provoca quando inalados. O mercúrio, entretanto, torna-se mais tóxicos na água porque é convertido em dimetil-mercúrio é mais facilmente assimilável e fica depositado nos tecidos gordurosos dos animais. Tem, portanto, efeito cumulativo ao longo das cadeias alimentares

1.5. As principais fontes de poluição da água são:

De águas superficiais

  • esgotos domésticos;
  • esgotos industriais;
  • águas pluviais, carreando impurezas da superfície do solo ou contendo esgotos lançados nas galerias;
  • resíduos sólidos (lixo);
  • agrotóxicos; - fertilizantes;
  • detergentes;
  • precipitação de poluentes atmosféricos (sobre o solo ou a água);
  • alterações nas margens dos mananciais, provocando o carreamento de solo, como conseqüência da erosão.

De águas subterrâneas.

  • infiltração de esgotos a partir de sumidouros ou valas de infiltração (fossas sépticas);
  • infiltração de esgotos depositados em lagoas de estabilização ou em outros sistemas de tratamento usando disposição no solo;
  • infiltração de esgotos aplicados no solo em sistemas de irrigação;
  • percolação do chorume resultante de depósitos de lixo no solo;
  • infiltração de águas contendo agrotóxicos, fertilizantes, detergentes e poluentes atmosféricos depositados no solo; - infiltração de outras impurezas presentes no solo; - infiltração de águas superficiais poluídas;
  • vazamentos de tubulações ou depósitos subterrâneos;
  • injeção de esgotos no subsolo; - intrusão de água salgada;
resíduos de outras fontes: cemitérios, minas, depósitos de material radioativo. As águas superficiais e subterrâneas, muitas vezes, se interligam. Em algumas situações, os mananciais de superfície proporcionam a recarga dos reservatórios subterrâneos, enquanto, em outras, as águas do subsolo descarregam em recursos hídricos superficiais. Assim, um manancial de superfície, poluído, pode causar a poluição de um aqüífero subterrâneo, e vice-versa. Observe-se que a poluição da água está associada, também, às alterações provocadas no solo ou no ar. O carregamento de poluentes do solo e a precipitação de impurezas do ar constituem mecanismos de poluição da água

2. Poluição das águas Subterrânea

Inúmeras atividades do homem introduzem no meio ambiente substâncias ou características físicas que ali não existiam antes, ou que existiam em quantidades diferentes. A este processo denominamos “poluição”. Assim como as atividades desenvolvidas pela humanidade são muito variáveis as formas e níveis de poluição. Estas mudanças de características do meio físico poderão refletir de formas diferentes sobre a biota local, podendo ser prejudicial a algumas espécies e não a outras. De qualquer forma, considerando as interdependências das várias espécies, estas modificações levam sempre a desequilíbrios ecológicos. Resta saber quão intenso é este desequilíbrio e se é possível ser assimilado sem conseqüências catastróficas. Recentemente, a grande imprensa noticiou que, em países europeus, o uso intensivo de defensivos agrícolas levou a uma diminuição dos microorganismos e insetos do solo a ponto de estar retardando a reciclagem das fezes animais.
No geral os depósitos de água subterrânea são bem mais resistentes aos processos poluidores dos que os de água superficial, pois a camada de solo sobrejacente atua como filtro físico e químico. A facilidade de um poluente atingir a água subterrânea dependerá de diversos fatores. Os aqüíferos porosos são mais resistentes dos que as fissuras, e entre estes os mais vulneráveis são os cársticos. Os aqüíferos freáticos são mais vulneráveis do que os confinados ou semiconfinados Quanto à profundidade do nível estático: (espessura da zona de aeração), esta zona atua como um reator físico-químico, sua espessura tem papel importante. Espessuras maiores permitirão maior tempo de filtragem, além do que aumentarão o tempo de exposição do poluente aos agentes oxidantes e absorventes presentes na zona de aeração. A permeabilidade da zona de aeração é fundamental quando se pensa em poluição. Uma zona de aeração impermeável ou pouco permeável é uma barreira à penetração de poluentes no aqüífero. Aqüíferos extensos podem estar parcialmente recobertos por camadas impermeáveis em algumas áreas enquanto em outras acontece o inverso.
Estas áreas de maior permeabilidade atuam como zona de recarga e têm uma importância fundamental em seu gerenciamento. Por outro lado, alta permeabilidade (transmissividade) permite uma rápida difusão da poluição. O avanço da mancha poluidora poderá ser acelerado pela exploração do aqüífero, na medida que aumenta a velocidade do fluxo subterrâneo em direção às áreas onde está havendo a retirada de água. No caso de aqüíferos litorâneos, a superexploração poderá levar à ruptura do frágil equilíbrio existente entre água doce e água salgada, produzindo o que se convencionou chamar de intrusão de água salgada. A matéria orgânica tem grande capacidade de absorver uma gama variada de metais pesados e moléculas orgânicas.
Enquanto alguns estudos no Paraná, onde está muito difundida a técnica do plantio direto, têm mostrado que o aumento do teor de matéria orgânica no solo tem sido responsável por uma grande diminuição do impacto ambiental da agricultura, por outro o efeito desses compostos contribuem deliberadamente no avanço da contaminação do solo e das águas. Sabe-se que estes compostos, por suas cargas químicas superficiais, têm grande capacidade de reter uma série de elementos e compostos. Um poluente após atingir o solo, poderá passar por uma série reações químicas, bioquímicas, fotoquímicas e inter-relações físicas com os constituintes do solo antes de atingir a água subterrânea. Estas reações dificilmente poderão neutralizar, modificar ou retardar a ação poluente.
Em muitas situações a biotransformação e a decomposição ambiental dos compostos fitossanitários pode conduzir à formação de produtos com uma ação tóxica aguda mais intensa ou, então, possuidores de efeitos injuriosos não caracterizados nas moléculas precursoras. Dimetoato, um organofosforado, degrada-se em dimetoxon, cerca de 75 a 100 vezes mais tóxico. O malation produz, por decomposição, o trimetilfosforotioato, que apresenta uma ação direta extremamente injuriosa no sistema nervoso central e nos pulmões, provocando hipotermia e queda no ritmo respiratório. Os processos que agem sobre os poluentes que atingem o solo podem ser agrupados nas seguintes categorias:
  • Adsorção-desorção
  • Ácido-base
  • Solução-precipitação
  • Oxidação-redução
  • Associação iônica (complexação) .
  • Síntese celular microbiana
  • Decaimento radioativo
A poluição capaz de atingir as águas subterrâneas pode ter origem variada. Considerando que os aqüíferos são corpos tridimensionais, em geral extensos e profundos. Diferentemente dos cursos d’água, a forma da fonte poluidora tem importância fundamental nos estudos de impacto ambiental.

2.1. Fontes de Poluição

Fontes pontuais de poluição são as que atingem o aqüífero através de um ponto. Exemplos: sumidouros de esgotos domésticos, comuns em comunidades rurais: aterros sanitários; vazamentos de depósitos de produtos químicos;, vazamentos de dutos transportadores de esgotos domésticos ou produtos químicos. Estas fontes são responsáveis por poluições altamente concentradas na forma de plumas.

2.1.1. Lineares

São as provocadas pela infiltração de águas superficiais de rios e canais contaminados. A possibilidade de essa poluição ocorrer dependerá do sentido de fluxo hidráulico existente entre o curso d’água e o aqüífero subjacente.
É necessário enfatizar que, ao longo de um mesmo curso, há lugares onde o fluxo se dá do aqüífero para o talvegue e outros onde se passa o inverso, isto é, as águas do rio se infiltram em direção ao aqüífero.
A existência de poços profundos em funcionamento nas proximidades do curso d’água poderá forçar a infiltração de água contaminada no aqüífero invertendo o seu fluxo ou aumentando sua velocidade.

2.1.2 - Difusas

São as que contaminam áreas extensas. Normalmente devido a poluentes transportados por correntes aéreas, chuva e pela atividade agrícola. Em aglomerados urbanos, onde não haja rede de esgotamento sanitário, as fossas sépticas e sumidouros estão de tal forma regularmente espaçadas que o conjunto acaba por ser uma fonte difusa de poluição. A poluição proveniente das fontes difusas se caracteriza por ser de baixa concentração e atingir grandes áreas.

2.2. Alguns estudos de casos sobre poluição de água subterrânea

Alexandre e Szikszay (1999) estudando a contaminação por As, Cu, Pb, e Zn, provenientes de herbicidas e fungicidas, dos solos e águas do lençol freático de região de vinicultura de Jundiaí, Estado de São Paulo, encontraram o seguinte: a) os minerais predominantes nos solos estudados são o quartzo e a caolinita, havendo um horizonte enriquecido em ferro na parte superior da zona saturada. b) O solo da área encontra-se poluído por chumbo e cobre. c) Os principais responsáveis pela retenção do cobre, chumbo e zinco são os minerais ferruginosos. d) Na parte superficial do solo a matéria orgânica é responsável pela retenção do cobre. e) As águas do aqüífero da região, cujo nível estático variava de 2,35 a 5,34 metros de profundidade, apresentaram teores, em geral, muito baixos destes elementos, com exceção do chumbo que chegou a ultrapassar o padrão de potabilidade (0,05mg/L). Vê-se, portanto que os solos tropicais apresentam forte tendência em reter os metais pesados lançados no solo pela atividade agrícola (ramirofrancisco.vila.bol.com.br)

2.3. Poluição por dejetos humanos

Uma forma comum de poluição das águas é causada pelo lançamento de dejetos humanos nos rios, lagos e mares. Sendo constituídos de matéria orgânica, esses resíduos levam ao aumento da quantidade de nutrientes disponíveis no ambiente, fenômeno denominado eutrofização (do grego eu, bem, bom, e trofos, nutrição).
A eutrofização permite grande proliferação de bactérias aeróbicas, que consomem rapidamente todo o oxigênio existente na água. Como conseqüência, a maioria das formas de vida acaba por morrer pela ausência de oxigênio, inclusive as próprias bactérias. Devido a eutrofização por esgotos humanos, os rios que banham as grandes cidades do mundo tiveram sua flora e fauna destruídas, tornando-se esgotos a céu aberto. O lançamento de esgotos nos rios acarreta, ainda, a propagação de doenças causadas por vermes, bactérias e vírus.

2.4. Marés vermelhas

Em alguns casos, a eutrofização pode levar à grande proliferação de dinoflagelados (protistas fotossintetizantes), causando o fenômeno conhecido como maré vermelha, devido à coloração que os dinoflagelados conferem à água. As marés vermelhas causam a morte de milhares de peixes, principalmente porque os dinoflagelados competem com eles pelo oxigênio, além de liberarem substâncias tóxicas na água.

2.5. Reaproveitamento dos esgotos

A melhor solução para o problema dos esgotos é seu reaproveitamento. Eles devem ser tratados de modo que os microorganismos sejam mortos, e as impurezas, eliminadas. A água proveniente de esgotos, uma vez removidas as impurezas, pode ser reaproveitada. Os resíduos semi-sólidos, resultantes do tratamento dos esgotos, podem ser utilizados como fertilizantes, enquanto o gás metano, produzido pela putrefação da matéria orgânica, pode ser utilizado como combustível.

2.6. O problema dos resíduos industriais e agrícolas

O lançamento de resíduos industriais nas águas e nos solos constitui um sério problema ecológico. Substâncias poluentes, como metais pesados, organoclorados e tantas substâncias químicas provenientes do despejo inadequado de resíduos das indústrias, além de detergentes, ácido sulfúrico e amônia, envenenam os rios onde são lançados. Causando a morte de muitas espécies da comunidade aquática, sedimentam no solo materiais contaminantes que proliferam seu poder destrutivo. Outras formas de poluição se caracterizam pelas queimadas desse lixo em locais indevidos.


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"- Araxá possui altos níveis de câncer, alto índice de doenças degenerativas muito raras, doenças no sangue, distúrbio da neuroquímica cerebral, paralisias e alto índice de leucopenia, este último principalmente nos moradores dos bairros mais próximos da mina de nióbio"



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